Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 18 de abril de 2014

“Voltar à Galileia”. – Reflexão pascal de José Antonio Pagola. Muito atual!


Páscoa da Ressurreição de Jesus Cristo:
é tempo privilegiado para  sentir a paz e alegria irradiando do túmulo vazio...
é celebração da vitória da vida sobre a morte;
é celebração da fé em Deus Vivo;
é experimentar a presença de Jesus vivo no meio de nós!

A Páscoa é também uma grande oportunidade para procurarmos  entender melhor e até a redefinir as nossas ideias sobre a nossa fé em Jesus Cristo Ressuscitado e na sua presença em nossa vida.
Afinal, o que a Páscoa significa para cada um de nós? Qual é a sua mensagem para nós?

Abaixo, uma reflexão maravilhosa e muito atual sobre a ressurreição de Cristo,  do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola.

Foi publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não deixe de ler.

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Voltar à Galileia



A leitura que a Igreja propõe é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 28,1-10 que corresponde a Vigília Pascal, Ciclo A do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.


 Eis o texto

Os evangelhos recolheram a recordação de  três mulheres admiráveis  que, no amanhecer do sábado, se aproximaram do sepulcro onde foi enterrado Jesus. Não o podem esquecer. Continuam a amá-lo mais do que ninguém. Enquanto isso, os homens fugiram e permanecem talvez escondidos.

A mensagem que escutam ao chegar é de uma importância excepcional. O evangelho mais antigo diz assim: “Procurais Jesus de Nazaré, o crucificado? Não está aqui. Ressuscitou”. É um erro procurar Jesus no mundo da morte. Está vivo para sempre. Nunca o poderemos encontrar onde a vida está morta.

Não o devemos esquecer. Se queremos encontrar Cristo ressuscitado, cheio de vida e força criadora, não o temos de procurar numa religião morta, reduzida ao cumprimento externo de preceitos e ritos rotineiros, ou numa fé apagada, que se sustém em tópicos e fórmulas gastas, vazias de amor vivo a Jesus.

Então, onde o podemos encontrar? As mulheres recebem este encargo: “Agora ide dizer aos Seus discípulos e a Pedro: Ele vai à vossa frente na Galileia. Ali o vereis”. Por que se tem de voltar à Galileia para ver o Ressuscitado? Que sentido profundo se encerra neste convite? Que se está a dizer aos cristãos de hoje?

Na Galileia escutou-se, pela primeira vez e em toda a sua pureza, a Boa Nova de Deus e o projeto humanizador do Pai. Se não o voltamos a escutar hoje com coração simples e aberto, alimentamo-nos de doutrinas veneráveis, mas não conheceremos a alegria do Evangelho de Jesus, capaz de “ressuscitar” a nossa fé.

Nas margens do lago da Galileia, começou Jesus a chamar os Seus primeiros seguidores para ensiná-los a viver com o Seu estilo de vida e a colaborar com Ele na grande tarefa de fazer a vida mais humana. Hoje Jesus continua a chamar. Se não escutamos a Sua chamada e Ele não “vai à nossa frente”, para onde se dirigirá o cristianismo?

Pelos caminhos da Galileia foi-se gerindo a primeira comunidade de Jesus. Os Seus seguidores vivem junto Dele uma experiência única. A Sua presença preenche tudo. Ele é o centro. Com Ele aprendem a viver acolhendo, perdoando, curando a vida e despertando a confiança no amor insondável de Deus. Se não colocamos, quanto antes, Jesus no centro das nossas comunidades, nunca experimentaremos a Sua presença no meio de nós.

Se voltarmos à Galileia, a “presença invisível” de Jesus ressuscitado adquirirá traços humanos ao ler os relatos evangélicos, e a Sua “presença silenciosa” recobrará voz concreta ao escutar as Suas palavras de alento.



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