Uma
pequena reportagem sobre a situação atual na Nigéria.
Grupo extremista Boko Haram mata dezenas de centenas de pessoas em atentados e ações
criminosas violentos – e o mundo parece não se importar com isso. Nos últimos dias foram mortas mais de 2 mil de pessoas... Não têm protestos, passeatas, mobilizações e
ajuda necessária para impedir a continuação dessa matança.
Por
quê?
Dois
pesos e duas medidas...
Mundo
hipócrita, sociedades alienadas!
Fraqueza
e insignificância dos poucos que gritam pela paz, justiça e direito para
viver...
Até
quando será assim?
A
matéria foi publicada recentemente também no site do Instituto Humanitas
Unisinos (IHU).
WCejnóg
IHU - Notícias
Terça, 13 de janeiro de 2015
Os massacres na Nigéria e o
silêncio do Ocidente
Em meio à
comoção gerada pelos atentados terroristas em Paris,
na França, um arcebispo nigeriano acusou países ocidentais de ignorarem a
ameaça representada pelo grupo extremista Boko Haram.
O
Arcebispo da cidade de Jos, Ignatius Kaigama, ainda pediu que a mesma atenção dada aos atentados
na França seja dada aos militantes que atuam com cada vez mais violência no
nordeste do país africano.
Segundo
ele, o mundo precisa agir de forma mais determinada para conter o avanço do Boko Haram na Nigéria.
No último
fim de semana, 23 pessoas foram mortas por três mulheres-bomba, uma das quais
tinha apenas 10 anos de idade.
A reportagem é publicada por BBC Brasil, 12-01-2015.
Reportagem
Outras
centenas de mortes foram registradas na semana passada, segundo relatos,
durante a captura pelo Boko Haram da cidade de Baga, no Estado de Borno, no nordeste do país.
Em
entrevista ao programa Newsday, da BBC, o arcebispo nigeriano disse que o
massacre em Baga é a prova de que o Exército do país
não consegue conter o grupo extremista.
"É
uma tragédia monumental. Deixou a todos na Nigéria muito tristes. Mas parece
que estamos desamparados. Porque, se fossemos capazes de deter o Boko Haram, já o teríamos feito. Eles continuam a
atacar, matar e a tomar territórios impunemente", disse Kaigama.
Segundo
ele, a luta contra o extremismo no país requer o mesmo apoio internacional e
espírito de unidade que foi demonstrado após os ataques de militantes na
França.
"Precisamos
que este espírito se multiplique, não apenas quando isso ocorre na Europa, mas
também na Nigéria, no Níger ou em Camarões."
Mulheres-bomba
No
domingo passado, duas mulheres-bomba mataram quatro pessoas e deixaram mais de
40 feridas na cidade dePotiskum. Um dia antes, uma menina realizou outro
ataque suicida em Maiduguri,
a principal cidade do nordeste do país, matando ao menos 19 pessoas.
No último
mês, mais de 30 pessoas foram mortas em ataques suicidas simultâneos na cidade
de Jos,
que tem cristãos e islâmicos em sua população.
O
secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, condenou os ataques do Boko Haram, que classificou como "atos
depravados".
Em junho,
o Reino Unido disse que intensificaria sua ajuda ao
país nas áreas militar e de educação, para conter oBoko
Haram. Essa ajuda também
inclui treinamento das tropas do país, assim como vêm fazendo os Estados
Unidos.
No
entanto, a Nigéria criticou o governo americano por sua
recusa de vender armas ao país alegando que as tropas nigerianas estavam cometendo
abusos de direitos humanos.
Uma
iniciativa liderada pelo governo francês pediu que Nigéria, Níger, Camarões e Chade contribuíssem
com 700 soldados cada para uma força internacional contra o Boko Haram, mas
nenhum país implementou o plano.
Violência chocante
O
Exército nigeriano informou que está tentando retomar a cidade de Baga, que
está sob o controle de militantes, mas não deu detalhes da operação. Também
disse que, no último sábado, conseguiu impedir que o Boko Haram assumisse o
controle de Damaturu, outra grande cidade do nordeste nigeriano.
Will
Ross, correspondente da BBC News em Lagos, a principal cidade da Nigéria,
diz que a violência no país não tem fim e é cada vez mais chocante, citando o
uso de uma criança em um dos ataques do último fim de semana.
"As
Forças Armadas nigerianas tiveram algumas vitórias, mas têm uma tarefa muito
difícil, de proteger civis de homens-bomba e atiradores que estão espalhados
por uma grande área no nordeste do país. Por isso, com frequência, são
dominadas pelos militantes e falham em sua missão. As autoridades do país não
gostam de ouvir isso, mas é verdade", afirma Ross.
"O
mundo está lentamente começando a manifestar indignação com a recente
violência, mas, além disso, e de uma ajuda limitada, não parece haver vontade
de se envolver mais profundamente no conflito."
Fonte:
IHU – Notícias
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