Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Não nos agarrarmos a tradições humanas. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito atual!


Em vão, pois, me cultuam, porque ensinam doutrinas e preceitos humanos’. Deixando o mandamento de Deus, vos apegais à tradição dos homens”. (Mk 7,7-8)

Hoje trago para o blo Indagações-Zapytania uma excelente reflexão, que tem como pano de fundo o texto bíblico Mc 7,1-8.14-15.21-23 (A questão de pureza e impureza). É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado na no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Muito atual. Vale a pena ler e refletir!

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IHU - Notícias


A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 7,1-8.14-15.21-23 que corresponde ao 22º Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Não sabemos quando nem onde ocorrerá o confronto. Ao evangelista só lhe interessa evocar a atmosfera em que se move Jesus, rodeado de mestres da lei, observantes escrupulosos das tradições, que resistem cegamente à novidade que o Profeta do amor quer introduzir nas suas vidas.

Os fariseus observam indignados que os seus discípulos comem com as mãos impuras. Não o podem tolerar: «Por que é que os Teus discípulos não seguem as tradições dos mais velhos?». Apesar de falarem dos discípulos, o ataque é dirigido a Jesus. Têm razão. É Jesus quem está a romper essa obediência cega às tradições ao criar à sua volta um «espaço de liberdade» onde o decisivo é o amor.

Aquele grupo de mestres religiosos não entendeu nada do reino de Deus que Jesus lhes está a anunciar. Nos seus corações não reina Deus. Continuam a reinar a lei, as normas, os usos e os costumes marcados pelas tradições. Para eles o importante é observar o estabelecido pelos «mais velhos». Não pensam no bem das pessoas. Não os preocupa «procurar o reino de Deus e da Sua justiça».

O erro é grave. Por isso, Jesus responde-lhes com palavras duras: «Vós deixais de lado o mandamento de Deus para agarrarem-se à tradição dos homens».

Os doutores falam com veneração da «tradição dos mais velhos» e atribui-lhes autoridade divina.  Mas Jesus qualifica-a de «tradição humana». Não há que confundir jamais a vontade de Deus com o que é fruto dos homens.

Seria também hoje um grave erro que a Igreja ficasse prisioneira de tradições humanas dos nossos antepassados, quando tudo nos está a chamar a uma conversão profunda a Jesus Cristo, nosso único Mestre e Senhor. O que nos deve preocupar não é conservar intacto o passado, mas fazer o possível para o nascimento de uma Igreja e de comunidades cristãs capazes de reproduzir com fidelidade o Evangelho e de atualizar o projeto do reino de Deus na sociedade contemporânea.

A nossa responsabilidade primeira não é repetir o passado, mas fazer o possível nos nossos dias para acolher Jesus Cristo, sem ocultá-lo nem obscurecê-lo com tradições humanas, por muito veneráveis que nos possam parecer.


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