Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 15 de agosto de 2015

O decisivo é ter fome de Jesus. – Reflexão de José Antonio Pagola. Muito boa!



Porque a minha carne é verdadeira comida
e o meu sangue, verdadeira bebida.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
permanece em mim e eu nele.”  (Jo 6, 55-56)

Acho que alguns comentários e/ou reflexões podem servir de grande ajuda para nós, cristãos de hoje. Para purificar, aprofundar e fortalecer a nossa fé cristã, é muito importante entendermos bem (e não “ao pé da letra”!) a mensagem dos textos bíblicos. Aliás, esta é a melhor  atitude que  possamos tomar diante dos desafios da vida num mundo em constantes e grandes mudanças.

Abaixo, uma reflexão muito concreta e atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Jo  6, 51-58. É de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a  pena  ler!

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IHU - Notícias
Sexta, 14 de agosto de 2015

O decisivo é ter fome

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus segundo João 6, 51-58 que corresponde ao 20° Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
No Brasil celebra-se a  Solenidade da Assunção de Nossa Senhora.

Eis o texto

O evangelista João utiliza uma linguagem muito forte para insistir na necessidade de alimentar a comunhão com Jesus Cristo. Só assim experimentaremos em nós a sua própria vida. Segundo ele, é necessário alimentar-se de Jesus: “O que se alimenta de mim, viverá por mim”.

A linguagem adquire um caráter ainda mais agressivo quando diz que tem que comer a carne de Jesus e beber o Seu sangue. O texto é rotundo. “A Minha carne é verdadeira comida, e o Meu sangue é verdadeira bebida. O que come a Minha carne e bebe meu sangue habita em Mim e Eu nele”.

Esta linguagem já não produz impacto algum entre os cristãos. Habituados a escutá-la desde crianças, tendemos a pensar no que vimos fazendo desde a primeira comunhão. Todos conhecemos a doutrina aprendida no catecismo: no momento de comungar, Cristo faz-se presente em nós pela graça do sacramento da eucaristia.

Por desgraça, tudo pode ficar mais de uma vez na doutrina pensada e aceita piedosamente. Mas, com frequência, falta-nos a experiência de incorporar Cristo à nossa vida concreta. Não sabemos como abrir-nos a Ele para que nutra com o seu Espírito a nossa vida, fazendo-a mais humana e mais evangélica.

Alimentar-se de Cristo é muito mais que avançarmos distraidamente a cumprir o rito sacramental de receber o pão consagrado. 
Comungar com Cristo exige um ato de fé e abertura de especial intensidade, que se pode viver sobretudo no momento da comunhão sacramental, mas também em outras experiências de contato vital com Jesus.

O decisivo é ter fome de Jesus. Procurar desde o mais profundo encontrar-nos com Ele. Abrir-nos à sua verdade para que nos marque com o seu Espírito e potencie o melhor que há em nós. Deixar que ilumine e transforme as zonas da nossa vida que estão todavia sem evangelizar.

Então, alimentar-nos de Jesus é voltar ao mais genuíno, ao mais simples e mais autêntico do seu Evangelho; interiorizar as suas atitudes mais básicas e essenciais; acender em nós o instinto de viver como Ele; despertar a nossa consciência de discípulos e seguidores para fazer dele o centro da nossa vida. Sem cristãos que se alimentem de Jesus, a Igreja enfraquece sem remédio.



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