“Porque a minha
carne é verdadeira comida
e o meu
sangue, verdadeira bebida.
Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue
permanece
em mim e eu nele.” (Jo 6, 55-56)
Acho que alguns comentários e/ou
reflexões podem servir de grande ajuda para nós, cristãos de hoje. Para
purificar, aprofundar e fortalecer a nossa fé cristã, é muito importante entendermos bem (e não “ao pé da letra”!) a mensagem dos textos bíblicos. Aliás,
esta é a melhor atitude que possamos tomar diante dos desafios da vida num
mundo em constantes e grandes mudanças.
Abaixo, uma reflexão muito
concreta e atual, que tem como pano de fundo o texto bíblico Jo 6, 51-58. É de autoria
do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola.
O texto foi publicado no site do
Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Vale a pena
ler!
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IHU
- Notícias
Sexta, 14 de agosto de
2015
O
decisivo é ter fome
A leitura que a Igreja
propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus segundo João 6, 51-58 que
corresponde ao 20° Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta
o texto.
No Brasil celebra-se a Solenidade da
Assunção de Nossa Senhora.
Eis o texto
O evangelista João
utiliza uma linguagem muito forte para insistir na necessidade de alimentar a
comunhão com Jesus Cristo. Só assim experimentaremos em nós a sua própria vida.
Segundo ele, é necessário alimentar-se de Jesus: “O que se alimenta
de mim, viverá por mim”.
A linguagem adquire um
caráter ainda mais agressivo quando diz que tem que comer a carne de
Jesus e beber o Seu sangue. O texto é rotundo. “A Minha carne é
verdadeira comida, e o Meu sangue é verdadeira bebida. O que come a Minha carne
e bebe meu sangue habita em Mim e Eu nele”.
Esta linguagem já não
produz impacto algum entre os cristãos. Habituados a escutá-la
desde crianças, tendemos a pensar no que vimos fazendo desde a primeira
comunhão. Todos conhecemos a doutrina aprendida no catecismo: no momento de
comungar, Cristo faz-se presente em nós pela graça do sacramento da eucaristia.
Por desgraça, tudo
pode ficar mais de uma vez na doutrina pensada e aceita piedosamente. Mas,
com frequência, falta-nos a experiência de incorporar Cristo à nossa vida
concreta. Não sabemos como abrir-nos a Ele para que nutra com o seu Espírito a
nossa vida, fazendo-a mais humana e mais evangélica.
Alimentar-se de Cristo é
muito mais que avançarmos distraidamente a cumprir o rito sacramental de
receber o pão consagrado.
Comungar com Cristo
exige um ato de fé e abertura de especial intensidade, que
se pode viver sobretudo no momento da comunhão sacramental, mas também em
outras experiências de contato vital com Jesus.
O decisivo é ter fome de
Jesus. Procurar desde o mais profundo encontrar-nos com
Ele. Abrir-nos à sua verdade para que nos marque com o seu Espírito e potencie
o melhor que há em nós. Deixar que ilumine e transforme as zonas da nossa vida
que estão todavia sem evangelizar.
Então, alimentar-nos
de Jesus é voltar ao mais genuíno, ao mais simples e mais autêntico do seu
Evangelho; interiorizar as suas atitudes mais básicas e essenciais; acender
em nós o instinto de viver como Ele; despertar a nossa consciência de
discípulos e seguidores para fazer dele o centro da nossa vida. Sem cristãos
que se alimentem de Jesus, a Igreja enfraquece sem remédio.
Fonte: IHU - Notícias
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