“Quereis vós também retirar-vos?” (Jo 6,67)
Os
textos escritos por José Antonio Pagola são bem interessantes e,
principalmente, muito atuais para os católicos (e cristãos, de modo geral) nos
dias de hoje. Por esta razão publico essas reflexões extraordinárias também
aqui, no blog Indagações-Zapytania, para ajudar na sua divulgação.
É
muito gratificante poder divulgar mais e compartilhar as coisas boas com os
outros.
Abaixo,
uma reflexão bem concreta, que tem como fundo o texto bíblico Jo 6,
60-69.
Foi
publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).
Não
deixe de ler.
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IHU – Notícias
Sexta, 21 de agosto de
2015
Por
que ficamos?
A leitura que a Igreja
propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Joao 6, 60-69 que
corresponde ao 21º Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O teólogo
espanhol José Antonio Pagola comenta
o texto.
Eis o texto
Durante estes anos,
multiplicaram-se as análises e estudos sobre a crise das Igrejas cristãs na sociedade moderna. Esta leitura é
necessária para conhecer melhor alguns dados, mas resulta insuficiente para
discernir qual há de ser a nossa reação. O episódio narrado por João pode-nos
ajudar a interpretar e viver a crise com maior profundidade evangélica.
Segundo o evangelista,
Jesus resume assim a crise que se está a criar no Seu grupo: “As palavras que vos disse são espírito e
vida. E, contudo, alguns de vós não creem”. É certo. Jesus introduz
em quem o segue um espírito novo; as Suas palavras comunicam vida; o programa
que propõe pode gerar um movimento capaz de orientar o mundo para uma vida mais
digna e plena.
Mas não é por estar no
Seu grupo, que está garantida a fé. Há quem resista a aceitar seu espírito e
sua vida. A sua presença no
entorno de Jesus é fictícia; a sua fé Nele não é real. A verdadeira
crise no interior do cristianismo é sempre esta: acreditamos ou não acreditamos em Jesus?
O narrador diz que
“muitos recuaram e não voltaram a ir com Ele”. Na crise revela-se quem são os
verdadeiros seguidores de Jesus. A opção decisiva sempre é essa: quem recua e quem permanece com Ele,
identificados com o Seu espírito e a Sua vida? Quem está a favor e quem está
contra o Seu projeto?
O grupo começa a
diminuir. Jesus não se irrita, não pronuncia nenhum juízo contra ninguém. Só
faz uma pergunta aos que ficaram junto Dele: “Também vós quereis partir?”. É a pergunta que se nos faz hoje, a quem
segue na Igreja: Que queremos nós? Por que ficamos? É para seguir Jesus,
acolhendo o seu espírito e vivendo ao seu estilo? É para trabalhar no seu
projeto?
A resposta de Pedro é
exemplar: “Senhor, a quem vamos acudir. Tu tens palavras de vida eterna”. Os que ficam, devem-no
fazer por Jesus. Só por Jesus. Por nada mais. Comprometem-se com Ele. O único
motivo para permanecer no grupo é Ele. Ninguém mais.
Por
muito dolorosa que nos pareça, a crise atual será positiva se os que ficarmos
na Igreja, muitos ou poucos, nos formos convertendo em discípulos de Jesus, ou
seja, em homens e mulheres que vivemos
das Suas palavras de vida.
Fonte: IHU - Notícias
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