Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 30 de janeiro de 2016

Não precisamos de profetas? – Reflexão de José Antônio Pagola. Bem atual!


“E acrescentou: “Em verdade vos digo: nenhum profeta é bem aceito na sua pátria.” (Lc 4,24)

Abaixo, uma pequena mas muito valiosa e atual reflexão para todos nós, os cristãos de hoje, mas de  modo especial para os inconformados com muita coisa errada que está acontecendo nos círculos eclesiásticos.  

Acho que é muito importante buscarmos com sinceridade a autencidade e o encanto da fé cristã simples e sólida, baseada em Cristo Jesus.

O texto é de autoria do padre e teólogo espanhol José Antonio Pagola e foi publicado pelo autor no seu espaço no Facebook.
Não deixe de ler!
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José Antônio pagola
31 de Janeiro 2016

Não precisamos de profetas?


"Um grande profeta surgiu entre nós". Assim gritavam nas aldeias da Galiléia as pessoas surpreendidas com as palavras e os gestos de Jesus. No entanto, não é isto o que acontece em Nazaré, quando Jesus se apresenta perante os seus vizinhos como ungido, como profeta dos pobres.


No início Jesus sente primeiro a sua admiração e depois a sua rejeição. Não se surpreende. Lembra-lhes um conhecido provérbio: 
"Garanto-lhes que nenhum profeta é bem recebido em sua terra". Depois, quando O expulsam para fora da cidade e tentam acabar com ele, Jesus os abandona. O narrador diz que "Ele, porém, passando pelo meio deles, retirou-se". Nazaré ficou sem o profeta Jesus.

Jesus é e age como profeta. Não é um sacerdote do templo nem um mestre da lei. Sua vida se insere na tradição profética de Israel. Ao contrário dos reis e sacerdotes, o profeta não é nomeado nem ungido por ninguém. Sua autoridade vem de Deus, empenhado em incentivar e orientar com seu Espírito o seu povo querido quando os dirigentes políticos e religiosos não sabem fazê-lo. Não é por acaso que os cristãos acreditam em Deus encarnado em um profeta.

Os traços do profeta são inconfundíveis. No meio de uma sociedade injusta, onde os poderosos procuram o seu bem-estar desprezando o sofrimento dos que choram, o profeta se atreve a ler e a viver a realidade desde a compaixão de Deus para com os últimos. Sua vida inteira se torna "presença alternativa", que critica as injustiças e chama à conversão e à mudança.

Por outro lado, quando a mesma religião se acomoda à uma ordem de coisas injustas e seus interesses já não respondem aos de Deus, o profeta abandona a indiferença e o autoengano, critica a ilusão de eternidade e absoluto que ameaça toda a religião e recorda a todos que só Deus salva. Sua presença introduz uma esperança nova, pois convida a pensar o futuro desde a liberdade e o amor de Deus.

Uma Igreja que ignora a dimensão profética de Jesus e de seus seguidores, corre o risco de ficar sem profetas. Estamos muito preocupados com a escassez de sacerdotes e pedimos vocações para o serviço presbiteral. Por que não pedimos que Deus suscite profetas? Não precisamos deles? Não sentimos necessidade de despertar o espírito profético em nossas comunidades?


Uma Igreja sem profetas, não corre o risco de caminhar surda aos apelos de Deus à conversão e mudança? Um Cristianismo sem espírito profético, não tem o risco de ser controlado por ordem, a tradição ou o medo da novidade de Deus?

Fonte: Facebook


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