Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Nova espiritualidade. – Reflexão de José Antonio Pagola. Excelente!


“João disse: Eu vos batizo na água, mas eis que vem outro mais poderoso do que eu, a quem não sou digno de lhe desatar a correia das sandálias; ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo”. ”(Lc 3, 16)


O comentário que trago hoje para o blog Indagações, do padre e teólogo espanhol José Antônio Pagola, é muito interessante e, sobretudo, bem atual. Tem como pano de fundo o texto bíblico Lc 3, 15-16. 21-22  ( Testemunho de João Batista sobre Messias e o batismo de Jesus).
Foi publicado no site do Instituto Humanitas Unisinos (IHU).

Não deixe de ler.
WCejnóg


IHU - Notícias
Sexta, 08 de janeiro de 2016

Nova espiritualidade


A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus segundo Lucas 3,15-16.21.22 que corresponde ao Batismo de Jesus, Ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

«Espiritualidade» é uma palavra desafortunada.  Para muitos só pode significar algo inútil, afastado da vida real. Para que pode servir? O que interessa é o concreto e prático, o material, não o espiritual.

No entanto, o «espírito» de uma pessoa é algo valorizado na sociedade moderna, pois indica o mais profundo e decisivo da sua vida: a paixão que a anima, a sua inspiração última, o que contagia os outros, o que essa pessoa vai colocando no mundo.

O espírito alenta os nossos projetos e compromissos, configura o nosso horizonte de valores e a nossa esperança. Segundo o nosso espírito, assim será a nossa espiritualidade. E assim será também nossa religião e a nossa vida inteira.

Os textos que nos deixaram os primeiros cristãos mostram-nos que vivem a sua fé em Jesus Cristo como um forte «movimento espiritual». Sentem-se habitados pelo Espírito de Jesus. Só é cristão quem foi batizado com esse Espírito. «O que não tem o Espírito de Cristo não lhe pertence». Animados por esse Espírito, vivem-No todo de forma nova.

O primeiro que muda radicalmente é a sua experiência de Deus. Não vivem já com «espírito de escravos», cansados pelo medo a Deus, mas com «espírito de filhos» que se sentem amados de forma incondicional e sem limites por um Pai. O Espírito de Jesus faz gritar-lhes do fundo do seu coração: Abbá, Pai! Esta experiência é o primeiro que todos deveriam encontrar nas comunidades de Jesus.

Muda também a sua forma de viver a religião. Já não se sentem «prisioneiros da lei», das normas e dos preceitos, mas libertos pelo amor.  Agora conhecem o que é viver com «um espírito novo», escutando a chamada do amor e não com «a letra velha», ocupados em cumprir obrigações religiosas. Este é o clima que entre todos temos de cuidar e promover nas comunidades cristãs, se queremos viver como Jesus.

Descobrem também o verdadeiro conteúdo do culto a Deus. O que agrada ao Pai não são os ritos vazios de amor, mas que vivamos «no espírito e na verdade». Essa vida vivida com o espírito de Jesus e da verdade do Seu evangelho é para os cristãos o seu autêntico «culto espiritual».

Não temos de esquecer o que Paulo de Tarso dizia às suas comunidades: «Não apagueis o Espírito». Uma igreja apagada, vazia do espírito de Cristo, não pode viver nem comunicar a sua verdadeira Natividade. Não pode saborear nem contagiar a sua Boa Nova. Cuidar da espiritualidade cristã é reavivar a nossa religião.

Nenhum comentário:

Postar um comentário