É muito conhecido o texto do Evangelho segundo São João (Jo 20, 19-31), que fala do aparecimento de Jesus Ressuscitado aos seus discípulos, que estavam reunidos, “com as portas fechadas por medo dos judeus”. O Tomé não estava com eles naquele instante. Não acreditou que Jesus Vivo estivera ali. Falou: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei”. Quando depois, no outro dia, Jesus novamente lhes apareceu, e desta vez o Tomé estava com eles, Jesus cobrou dele a falta de fé. Envergonhado, Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!”. Jesus disse; “Creste porque me viste? Bem-aventurados os que não viram, e creram!”
São muitas reflexões e interpretações que já lemos ou ouvimos sobre esse episódio. Mesmo assim, hoje trago aqui um comentário muito interessante da M.Asun Gutiérrez.
Os interessados pedem ler esse texto em PPS, acessando o site das Monjas Beneditinas de Montesserrat: http://www.benedictinescat.com/montserrat/indexceramport.html, abrindo o link Páscoa Domingo 2 - Reflexão do Evangelho.
Os interessados pedem ler esse texto em PPS, acessando o site das Monjas Beneditinas de Montesserrat: http://www.benedictinescat.com/montserrat/indexceramport.html, abrindo o link Páscoa Domingo 2 - Reflexão do Evangelho.
Um lindo trabalho! Não deixe de ler.
WCejnog
"Bem-aventurados os que não viram, e creram!”
O encontro com Jesus ressuscitado é um presente.
Os discípulos não fazem nada para que ele aconteça.
Os relatos insistem em que é Jesus quem toma a iniciativa.
É Ele quem se lhes impõe cheio de vida, obrigando-os a sair
do seu desconcerto e incredulidade.
Coloca-se repetidamente nos seus lábios uma saudação significativa:
“A paz esteja convosco”.
O ressuscitado oferece-lhes a paz e a bênção de Deus.
Jesus continua a ser o mesmo.
Essa era a paz que infundia quando caminhava pela Galileia.
Este é também agora o grande presente que Deus oferece
a todos os seus filhos por meio de Cristo morto e ressuscitado:
o perdão, a paz e a ressurreição.
José Antonio Pagola.
“Jesus: uma abordagem histórica”.
Todos nós, que nos consideramos crentes, podemos viver com frequência: “ao anoitecer”, “com as portas fechadas”, “com medo”, “com temor das autoridades”.
Nesse caso necessitamos reencontrar-nos com Jesus ressuscitado.
Ele está no centro da nossa vida, no centro das nossas dores e alegrias, dos nossos desejos, inquietações e esperanças, dando sentido a tudo.
As palavras de Jesus são sempre um convite a superar a tentação de se fechar. Ele abre as portas e janelas que o medo, o formalismo, a inércia, a covardia fecham.
Paz, Espírito, Perdão, Missão, Fé, Vida. São palavras que Jesus pronuncia e que resumem de modo genial as características dos seus seguidores para os novos tempos de qualquer Nova Semana.
A experiência pascal é o encontro com Jesus, que nos liberta do medo e do desencanto e nos mostra o caminho que conduz à autêntica paz: a harmonia connosco mesmos, com os outros, com a natureza e com Deus.
O convite não é só para os discípulos. Todos somos enviados a fazer o que temos visto Jesus fazer, a continuar e atualizar a sua vida e a sua mensagem.
A comunicar vida, a dar paz, a desamarrar, a libertar, a continuar a sua obra.
Quem tem um encontro com Jesus ressuscitado, enche-se de alegria e sente a necessidade de contagiar e comunicar a sua experiência aos outros.
O Espírito de Jesus transforma o medo em paz, o pessimismo em alegria.
O Espírito é o grande dom da Páscoa. Jesus envia-nos o seu Espírito, o seu Alento, o seu Ânimo, a sua Vida para que nos empapemos d’Ele, e O contagiemos e comuniquemos aos outros. De forma que o mundo identifique fé em Jesus com pessoas sensíveis e lutadoras por uma vida melhor, mais livre e feliz para todos.
“O Espírito não quer ser visto, mas ser em nossos olhos a luz”. (Urs von Baltasar)
O perdão é fruto da paz, distintivo da pessoa nova e ressuscitada.
Oferece e dá perdão quem se sente e se sabe perdoado.
O perdão faz parte da missão encomendada por Jesus a toda a comunidade:
“Perdoai-vos uns aos outros”.
Todos necessitamos do perdão e todos estamos chamados a ser, de múltiplas maneiras, sinais e fonte do perdão-companhia-acolhimento... que Deus é.
A fé no Ressuscitado nasce dum encontro pessoal e da superação de uma fé que exige provas contundentes, que não deixem espaço à dúvida. A fé intelectual, a aceitação de um credo é fácil. A verdadeira fé é a que toca e compromete a vida inteira.
Como é a minha fé? Qual é a causa e raiz das minhas dúvidas? Não tenho dúvidas?
A dúvida pode ter também as seus aspectos positivos.
Duvidar pode significar que não pomos a nossa confiança em coisas superficiais, que somos peregrinos sempre em busca. Duvidar pode significar que a nossa fé não se baseia só no que nos transmitiram, mas que, além de ser dom de Deus, é também conquista nossa, que pede o nosso "sim" pessoal, no meio do emaranhado de ideias que houver à nossa volta, que podem fazer oscilar as nossas seguranças num determinado momento.
Podemos aprender da dúvida de Tomé a nos despojarmos de falsos apoios, a estar um pouco menos seguros de nós mesmos e aceitar a purificação que supõem os momentos de insegurança.
Jesus volta , quando necessário, para esclarecer as nossas dúvidas e para nos mostrar a sua presença e a sua proximidade.
Do “incrédulo” surge uma confissão de fé generosa e confiada: “Meu Senhor e meu Deus”.
Jesus continua a mostrar-nos as suas chagas, para que O reconheçamos nelas e, como a Tomé, continua a convidar-nos a tocá-las e a aliviá-las em tantas pessoas feridas na alma e no corpo.
A dúvida de Tomé consegue de Jesus uma promessa em forma de bem-aventurança para todos nós.
O caminho da fé pascal não é o das provas sensíveis dos fatos extraordinários. É um chamamento, uma mensagem de alento e de ânimo a todos os que, ao longo da história, acreditam sem ter visto.
A eles é dirigida a última bem-aventurança proclamada por Jesus:
“Felizes os que acreditam sem terem visto!”.
Sentimo-nos felizes de “acreditar sem ter visto” e do nosso desejo de renovar constantemente o nosso encontro com Jesus ressuscitado.
O evangelho está escrito «para que acrediteis» e assim «tenhais vida em seu nome».
A Ressurreição de Jesus é o ponto de partida e a plenitude da nossa fé.
Cabe-nos torná-la credível através dos sinais de vida para com os outros.
Cada pessoa deverá decidir que sinais de vida tem de dar nos momentos e nas circunstâncias de cada dia.
Nesse caso necessitamos reencontrar-nos com Jesus ressuscitado.
Ele está no centro da nossa vida, no centro das nossas dores e alegrias, dos nossos desejos, inquietações e esperanças, dando sentido a tudo.
As palavras de Jesus são sempre um convite a superar a tentação de se fechar. Ele abre as portas e janelas que o medo, o formalismo, a inércia, a covardia fecham.
Paz, Espírito, Perdão, Missão, Fé, Vida. São palavras que Jesus pronuncia e que resumem de modo genial as características dos seus seguidores para os novos tempos de qualquer Nova Semana.
A experiência pascal é o encontro com Jesus, que nos liberta do medo e do desencanto e nos mostra o caminho que conduz à autêntica paz: a harmonia connosco mesmos, com os outros, com a natureza e com Deus.
O convite não é só para os discípulos. Todos somos enviados a fazer o que temos visto Jesus fazer, a continuar e atualizar a sua vida e a sua mensagem.
A comunicar vida, a dar paz, a desamarrar, a libertar, a continuar a sua obra.
Quem tem um encontro com Jesus ressuscitado, enche-se de alegria e sente a necessidade de contagiar e comunicar a sua experiência aos outros.
O Espírito de Jesus transforma o medo em paz, o pessimismo em alegria.
O Espírito é o grande dom da Páscoa. Jesus envia-nos o seu Espírito, o seu Alento, o seu Ânimo, a sua Vida para que nos empapemos d’Ele, e O contagiemos e comuniquemos aos outros. De forma que o mundo identifique fé em Jesus com pessoas sensíveis e lutadoras por uma vida melhor, mais livre e feliz para todos.
“O Espírito não quer ser visto, mas ser em nossos olhos a luz”. (Urs von Baltasar)
O perdão é fruto da paz, distintivo da pessoa nova e ressuscitada.
Oferece e dá perdão quem se sente e se sabe perdoado.
O perdão faz parte da missão encomendada por Jesus a toda a comunidade:
“Perdoai-vos uns aos outros”.
Todos necessitamos do perdão e todos estamos chamados a ser, de múltiplas maneiras, sinais e fonte do perdão-companhia-acolhimento... que Deus é.
A fé no Ressuscitado nasce dum encontro pessoal e da superação de uma fé que exige provas contundentes, que não deixem espaço à dúvida. A fé intelectual, a aceitação de um credo é fácil. A verdadeira fé é a que toca e compromete a vida inteira.
Como é a minha fé? Qual é a causa e raiz das minhas dúvidas? Não tenho dúvidas?
A dúvida pode ter também as seus aspectos positivos.
Duvidar pode significar que não pomos a nossa confiança em coisas superficiais, que somos peregrinos sempre em busca. Duvidar pode significar que a nossa fé não se baseia só no que nos transmitiram, mas que, além de ser dom de Deus, é também conquista nossa, que pede o nosso "sim" pessoal, no meio do emaranhado de ideias que houver à nossa volta, que podem fazer oscilar as nossas seguranças num determinado momento.
Podemos aprender da dúvida de Tomé a nos despojarmos de falsos apoios, a estar um pouco menos seguros de nós mesmos e aceitar a purificação que supõem os momentos de insegurança.
Jesus volta , quando necessário, para esclarecer as nossas dúvidas e para nos mostrar a sua presença e a sua proximidade.
Do “incrédulo” surge uma confissão de fé generosa e confiada: “Meu Senhor e meu Deus”.
Jesus continua a mostrar-nos as suas chagas, para que O reconheçamos nelas e, como a Tomé, continua a convidar-nos a tocá-las e a aliviá-las em tantas pessoas feridas na alma e no corpo.
A dúvida de Tomé consegue de Jesus uma promessa em forma de bem-aventurança para todos nós.
O caminho da fé pascal não é o das provas sensíveis dos fatos extraordinários. É um chamamento, uma mensagem de alento e de ânimo a todos os que, ao longo da história, acreditam sem ter visto.
A eles é dirigida a última bem-aventurança proclamada por Jesus:
“Felizes os que acreditam sem terem visto!”.
Sentimo-nos felizes de “acreditar sem ter visto” e do nosso desejo de renovar constantemente o nosso encontro com Jesus ressuscitado.
O evangelho está escrito «para que acrediteis» e assim «tenhais vida em seu nome».
A Ressurreição de Jesus é o ponto de partida e a plenitude da nossa fé.
Cabe-nos torná-la credível através dos sinais de vida para com os outros.
Cada pessoa deverá decidir que sinais de vida tem de dar nos momentos e nas circunstâncias de cada dia.
PAZ
Dá-nos, Senhor, aquela Paz especial
que brota em plena luta como uma flor de fogo;
que rompe em plena noite como uma canção escondida;
que chega em plena morte como um beijo esperado.
Dá-nos a Paz dos que andam sempre,
nus de vantagens;
vestidos pelo vento de uma esperança núbil.
Aquela Paz do pobre
que já venceu o medo.
Aquela Paz do livre
que se aferra à vida.
Paz que se partilha em igualdade
como a água e a Hóstia.
(Pedro Casaldáliga)
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