Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

quinta-feira, 12 de abril de 2012

A liberdade humana. Por que somos livres?


Para prosseguir com a reflexão sobre “grandeza e miséria do ser humano”, apresento, abaixo, mais um trecho do livro de Ferdinand Krenzer*.  O autor desenvolve a reflexão passando gradativamente pelos assuntos fundamentais  (Deus é Amor; o homem criado à imagem de Deus; a liberdade do homem e as suas consequências; pecado e sofrimento; morte; a grandeza de Deus; a importância de Jesus Cristo, que nos traz a esperança), possibilitando-nos uma compreensão melhor  desses tópicos da doutrina cristã.

É aconselhável  ler desde o início todas as postagens deste bloco de reflexões (começo no dia 10 de abril de 2012), para seguir com facilidade o raciocínio do autor, e aproveitar ao máximo as explicações.  

Quem procura entender mais profundamente a sua fé e esclarecer as dúvidas, aqui terá ma grande ajuda. Não deixe de ler.
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A liberdade é a grandeza do homem

O Amor Divino trata o ser humano extremamente sério. Deus nos deixa a liberdade, mesmo na hora, quando dizemos “Não” para Ele mesmo. Mesmo lá, onde homem corre o risco de pecar, pode estar certo:  Deus, mesmo nesse momento, respeita a sua vontade. Deus é fiel. Não corrige as decisões do ser humano como uma pessoa irritada o faria. Ele não se serve do seu poder para usá-lo como uma “última cartada”. Ele realmente ama.

As pessoas reagem de maneira diferente: quando alguém não está com elas, rompem com  ele no futuro. Quando surge alguma  oportunidade, aproveitam-se do seu poder para realizar a própria vontade. Quantos pais, por exemplo,  querem obrigar os filhos que eles os amem, e justamente por isso perdem esse amor. Quem é fraco, provavelmente não lhe resta outra coisa a fazer, e, então, age deste jeito.  Por isso também fica muito difícil para nós entendermos o fato, que Deus nos concede a  liberdade até mesmo lá, onde nós nos levantamos contra Ele.

Não é para ficarmos surpresos, que muitas pessoas consideram o que é a expressão da soberania e grandeza de Deus como se fosse “impotência Divina” diante do mundo que Ele criou. Lembremos aqui da imagem de Deus apresentada por artista Borchert, no qual Deus como velho e impotente homem, lamenta sem parar: “Ah!, minhas crianças! Vocês todos são os meus filhos e filhas, mas eu não consigo fazer mais nada”. Não estamos estranhando, quando os homens com essa mentalidade,  agem segundo a máxima: “Um pecado mais ou menos não faz diferença, Deus não liga para isso!”, “todos vamos um dia entrar no céu”. Diante dessas interpretações erradas – todo amor torna-se  indefeso, até mesmo o Amor de Deus.

Mas, apesar disso, Deus não  tira do homem a liberdade que lhe conferiu. Até mesmo, quando para nós próprios parece que, talvez, seria melhor que tirasse. Deus não quis  criar um robô ou instrumento obediente e involuntário, nem um marionete, mas justamente o ser humano.

É exatamente por isso, que Deus respeita e trata sério a liberdade do homem, o homem assume toda a responsabilidade e arca com todas as consequências advindas das suas decisões. Pode-se dizer, que  Deus importa-se com as nossas decisões e as respeita.  Por isso Ele não se impõe para quem lhe fecha o espaço ou  nega-O. Neste sentido, então, um “Não” que alguém diz para Deus e sustenta-o durante toda a sua vida, pode definir a toda eternidade. Quanto mais alto alguém se encontra, tanto maior pode ser a sua queda.  (...)

(KRENZER, F. Taka jest nasza wiara, Paris,  Éditions Du Dialogue, 1981, p. 96-97)
Continua...
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*As reflexões do Ferdinand Krenzer fascinam pelo seu jeito simples e direto, e agradam o leitor, ajudando-o a entender melhor o caminho da fé cristã e compreender os temas mais difíceis desta doutrina.
Os textos publicados neste blog são tomados do livro Taka jest nasza wiara, desse autor; uma edição no idioma polonês, do qual faço uma tradução livre (para o português).  O título original: “Morgen wird man wieder Glauben”.


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