“Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo. “ (Mt 16,16)
O
comentário bíblico de M. Asun Gutiérrez Cabriada sobre o texto Mt 16,13-20 é muito bem feito
e interessante. Um excelente trabalho!
Não
deixe de ler.
WCejnog
A rocha sobre a qual se constrói a
Nova Comunidade é a fé em Jesus.
Neste relato, Mateus modifica e
amplia o texto de Marcos, juntando a afirmação de que Jesus é o “Filho de Deus” e o diálogo com Pedro.
O texto de Marcos centra-se em
Jesus.
O texto de Mateus centra-se mais
na comunidade de Jesus.
Comentário
Naquele tempo, Jesus
foi para os lados
de Cesareia de Filipe,
e perguntou aos seus
discípulos:
- Quem dizem os homens
- Quem dizem os homens
que é o Filho do
homem?
Todo acontece “pelo caminho”, na vida diária. Aí se joga tudo. Jesus, quando termina a sua estadia na
Galileia e se dispõe a subir a Jerusalém, toma a iniciativa e pergunta qual a
ideia que têm d’Ele os que O têm visto e ouvido. A todos nos gostaria
perguntar, em alguma ocasião, a opinião que têm de nós as pessoas que amamos, com as quais partilhamos o projeto de vida.
Também Jesus, depois de ter
curado, libertado, devolvido a dignidade e a luz a muitas pessoas, tem
interesse em saber o que as pessoas sentem e pensam.
Os discípulos acabam de regressar
da sua missão evangelizadora.
A questão também é: que testemunho destes de mim?
Eles responderam:
– Uns dizem que é João Baptista, que é Elias,
outros que é Jeremias ou algum dos profetas.
– Uns dizem que é João Baptista, que é Elias,
outros que é Jeremias ou algum dos profetas.
Enquanto vão dizendo a opinião dos
outros, também vão expressando o que provavelmente eles pensam. Vinculam Jesus à linha profética, nenhuma
alusão a um messianismo político e poderoso.
A resposta das pessoas
associam-n’O a alguns personagens conhecidos do pasado e a Jesus vêem-n’O em
continuidade com esse passado. Todavia não captam a originalidade e novidade da
sua Pessoa e da sua Mensagem.
Jesus perguntou:
- E vós, quem dizeis que Eu sou?
- E vós, quem dizeis que Eu sou?
É a pergunta concreta,
trascendental, pessoal e definitiva que Jesus
me dirige a mim. A resposta não é
a nível teórico, mas prático e vital. Já não se trata de saber coisas acerca
d’Ele, mas de saber quem é Ele.
É Jesus para mim uma doutrina ou
uma Pessoa que vive, me interpela e dá sentido à minha vida? É o meu Caminho,
minha Verdade e minha Vida?
Eu, que digo de Jesus?
Que dizem as pessoas do que nós,
cristãos, dizemos de Jesus?
Então, Simão Pedro
tomou a palavra e disse:
- Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo.
- Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo.
Pedro, como porta-voz do grupo,
responde com uma profissão de fé: “Tu és o
Messias, o Filho de Deus vivo”. Confissão que, um
dia, todos tinham expressado (Mt 14,33).
A fé é um dom e uma missão. Crer
não é uma teoria, não é só saber, mas saborear. É uma forma de viver e de dar
sabor à vida, à nossa e à dos outros.
Crer em Jesus, crer a Jesus é
viver como Jesus viveu, o que supõe uma vida mais autêntica, mais livre e mais feliz.
Jesus respondeu-lhe:
Feliz de ti, Simão,
filho de Jonas,
porque não foram a
carne e o sangue
que to revelaram, mas
sim meu Pai
que está nos Céus.
Também Eu te digo: Tu
és Pedro;
sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja
e as portas do inferno
não prevalecerão
contra ela.
Quando confessamos a nossa fé em Jesus,
Jesus faz-nos ver que não somos o que éramos. Muda-nos o nome, a vida.
Sobre a pedra da fé, do serviço,
do compromisso, da abertura ao Espírito de Pedro, e de todos os crentes, se
fundamenta a comunidade de Jesus. Quem dirige e constrói é Jesus.
Pedro escreverá uma preciosa carta
(I P 2,4-10) na qual explica como entende as palavras de Jesus, não como um
privilégio, mas como uma responsabilidade que deve partilhar com toda a
comunidade. Chama a todos os cristãos
«pedras vivas», porque todos formam a única comunidade de Jesus assente sobre
um fundamento sólido: a fé. A bem-aventurança, a tarefa, a missão, o encargo de
Jesus é para todos os que nos consideramos cristãos.
Dar-te-ei as chaves do
reino dos Céus:
tudo o que ligares na
terra
será ligado nos Céus,
em tudo o que
desligares na terra
será desligado nos
Céus.
“Ai de vós, mestres da lei, que vos apoderastes da chave da ciência! Não
entrastes e, aos que queriam entrar o impedistes”! (Lc 11,52).
Frente aos fariseus e aos mestres da
lei que se julgam os únicos possuidores das chaves, se apoderam delas e fecham
a porta do Reino, nós, os discípulos devemos abri-las e dedicar-nos a atar: a
injustiça, o egoísmo, a prepotência..., e a desatar: o carinho, a compaixão, a
austeridade..., a acolher e a libertar. Como Jesus.
Então, Jesus ordenou
aos discípulos
que não dissessem a
ninguém
que Ele era o Messias.
O que convence não são as
palavras, mas os atos, a vida. Trata-se de que, a nível pessoal e social, o
nosso estilo de vida, a nossa atuação, a nossa maneira de nos relacionarmos com
as pessoas e com o mundo, a nossa organização e as nossas estruturas, tornem
visível o Jesus do Evangelho.
Quem és ?
Qualquer dia, em qualquer momento,
a tempo ou a destempo, sem prévio aviso
lanças a tua pergunta:
E tu, quem dizes que sou eu?
E eu me fico a meio caminho
entre o correto e o que sinto,
porque não me atrevo a correr riscos
quando tu me perguntas assim.
Ensina-me como tu sabes.
Leva-me ao teu ritmo pelos caminhos do Pai
e por essas sendas marginais que tanto te atraem.
Corrige-me, cansa-me.
E volta a explicar-me os teus projetos e quereres,
e quem és.
Quando em toda a tua vida encontrar o sentido
para os troços da minha vida esfarrapada;
quando no teu sofrimento e na tua cruz
descobrir o valor de todas as cruzes;
quando fizer da tua causa a minha causa,
quando já não buscar salvar-me
mas perder-me nos teus quereres...
Então, Jesus, volta a preguntar-me:
a tempo ou a destempo, sem prévio aviso
lanças a tua pergunta:
E tu, quem dizes que sou eu?
E eu me fico a meio caminho
entre o correto e o que sinto,
porque não me atrevo a correr riscos
quando tu me perguntas assim.
Ensina-me como tu sabes.
Leva-me ao teu ritmo pelos caminhos do Pai
e por essas sendas marginais que tanto te atraem.
Corrige-me, cansa-me.
E volta a explicar-me os teus projetos e quereres,
e quem és.
Quando em toda a tua vida encontrar o sentido
para os troços da minha vida esfarrapada;
quando no teu sofrimento e na tua cruz
descobrir o valor de todas as cruzes;
quando fizer da tua causa a minha causa,
quando já não buscar salvar-me
mas perder-me nos teus quereres...
Então, Jesus, volta a preguntar-me:
E tu, quem dizes que eu sou?
Ulibarri Fl
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