“Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua
vida? Que poderá dar o homem em troca da sua vida?” (Mt 16, 26)
O
comentário bíblico de M. Asun Gutiérrez Cabriada sobre o texto Mateus 16, 21-27 (Jesus pela primeira vez anúncia a sua morte e ressurreição) é muito bom. É uma boa oportunidade para refletir
com mais profundidade as palavras de Jesus Cristo.
Não
deixe de ler.
Obs.:
Os interessados podem ler esse texto em
apresentação de PPS, acessando o site
das Monjas Beneditinas de Montserrat. www.benedictinescat.com/montserrat Trabalho
muito bonito!
WCejnog
A fé cristã é seguimento de Jesus.
Crer não consiste antes de tudo em “pensar corretamente acerca de Jesus”, mas em seguir o seu caminho, em ser discípulo, em viver como Ele viveu.
Não há mais saber real que o da fé feita seguimento.
Voltamos à história de Jesus porque continua a transformar a nossa história.
E porque Ele nos continua a convidar a transformá-la com Ele e como Ele.
Crer não consiste antes de tudo em “pensar corretamente acerca de Jesus”, mas em seguir o seu caminho, em ser discípulo, em viver como Ele viveu.
Não há mais saber real que o da fé feita seguimento.
Voltamos à história de Jesus porque continua a transformar a nossa história.
E porque Ele nos continua a convidar a transformá-la com Ele e como Ele.
José Arregi
Comentário
Naquele tempo, Jesus
começou a explicar
seus discípulos que
tinha de ir a Jerusalém
e sofrer muito da
parte dos anciãos,
dos príncipes dos
sacerdotes e dos escribas;
que tinha de ser morto
e ressuscitar ao terceiro dia.
Começa a terceira parte do
evangelho de Mateus. Depois da confissão de Pedro, Jesus vai explicar aos
discípulos que as consequências que vai ter o seu Messianismo serão muito
distintas do que eles esperavam.
A morte é inevitável. Jesus sabe
que tem que morrer. Não porque Deus tenha disposto que morresse. Jesus não amou
a cruz, nem Deus ama o sofrimento, nem o quer para os seus filhos. É Deus do
Amor, da Vida, da Alegria.
A morte de Jesus na cruz, por
causa dos anciãos, dos chefes dos sacerdotes e dos mestres da lei, é a
consequência, devida ao fanatismo, ao medo e à oposição dos líderes religiosos,
em relação à sua vida defensora e libertadora de toda a opressão.
Os anúncios da paixão de Jesus
contêm sempre um anúncio de ressurreição.
Vivo as circunstâncias e acontecimentos da minha vida à luz da ressurreição?
Vivo as circunstâncias e acontecimentos da minha vida à luz da ressurreição?
Porquê nas igrejas católicas há
tantas imagens de Jesus crucificado e tão poucas de Jesus ressuscitado?
Pedro, tomando-O à
parte,
começou a
contestá-l’O, dizendo:
- Deus Te livre de tal, Senhor!
- Deus Te livre de tal, Senhor!
Isso não há-de
acontecer!
Pedro não está disposto a aceitar
as palavras de Jesus.
Não é capaz de encaixar o fracasso. A sua teoria não está de acordo com a sua prática. Tem que continuar a aprender o que significa ser discípulo.
Não é capaz de encaixar o fracasso. A sua teoria não está de acordo com a sua prática. Tem que continuar a aprender o que significa ser discípulo.
Pedro, como nós em algumas
ocasiões, está entre a confiança e a dúvida, a confissão e o medo.
Pedro quer evitar o sofrimento a
Jesus?
Não está a tratar de evitar o seu
próprio sofrimento?
Jesus voltou-Se para
Pedro e disse-lhe:
- Vai-te daqui, Satanás!
Tu és para mim uma ocasião de escândalo,
- Vai-te daqui, Satanás!
Tu és para mim uma ocasião de escândalo,
Jesus diz a Pedro – e a nós - que
não se ponha diante d’Ele, como um obstáculo, mas atrás, como um discípulo. As
palavras de Jesus, de firmeza e acolhimento, são um novo convite ao seguimento.
Jesus sabe que ser discípulo implica um processo. Aprende-se a ser coerente, a não afirmar uma coisa e a fazer outra.
Jesus sabe que ser discípulo implica um processo. Aprende-se a ser coerente, a não afirmar uma coisa e a fazer outra.
É um convite a todos nós a
caminhar pela senda que Ele vai marcando, e a não ser um obstáculo, com as
nossas palavras e a nossa vida, para os que quiserem conhecê-l’O e segui-l’O.
O/a discípulo é chamado a seguir
Jesus cada dia, deixando que Ele programe o seu presente e o seu futuro.
pois não tens em vista
as coisas de Deus,
mas dos homens.
mas dos homens.
Todos corremos o risco de
"pensar como os homens" e não "como Deus".
“Pensar como os homens”, afã de
acumular riquezas, honrarias, privilégios, poder... não é compatível com o
compromisso cristão.
Jesus pensou e viveu sempre, não
segundo os critérios e cálculos humanos, mas conforme os planos de Deus. A isso
convida a quem O quiser seguir.
Viver, como Ele, os valores do
Reino: austeridade, solidariedade, compaixão, acolhimento, valentia,
compromisso... produz uma grande satisfação e harmonia interior.
Jesus disse então aos
seus discípulos:
- Se alguém quiser seguir-Me,
- Se alguém quiser seguir-Me,
renuncie a si mesmo,
tome a sua cruz e
siga-Me.
Seguir Jesus não significa deixar
algo, mas ter encontrado Alguém. É um convite a todos. Não se trata de um
seguir exterior, mas de uma adesão interior.
Jesus não nos convida a sofrer,
convida-nos a amar.
Repete: “vinde após Mim”.
Renunciar a si mesmo, carregar com
a cruz, não é renunciar à vida plena e feliz, mas optar por uma felicidade mais
profunda e para todos. A felicidade que nasce da prática do amor partilhado.
Jesus convida-nos a renunciar a
tudo o que escraviza, acabrunha, desumaniza...; a tudo o que nos impeça ser
livres e felizes. Renunciar a si mesmo é viver para os outros, não ser egoísta.
Vivendo desse modo, toda a “renúncia” se converte em fonte de alegria e de paz.
Porque, quem quiser
salvar a sua vida
há-de perdê-la; mas
quem perder a sua vida
por minha causa, há-de
encontrá-la.
Na verdade, que
aproveita ao homem
ganhar o mundo
inteiro,
se perder a sua vida?
Que poderá dar o homem
em troca da sua vida?
Ganhar a vida, a felicidade e a
paz, é o serviço silencioso, desinteressado e simples, a entrega aos outros,
estar pendente de quem necessita de nós. Seremos mais livres e felizes quanto
mais ao serviço dos outros nos pusermos.
Não se trata de buscar cruzes e fazer sacrifícios. Já nos basta a vida.
Trata-se de viver ajudando a levar a carga aos que têm a vida mais difícil.
Isso aligeira a nossa e alegra a vida de todos. Seguir Jesus supõe uma óptica diferente da vida, na qual a riqueza e o êxito não consistem em entesourar e triunfar, mas em partilhar e servir.
O Filho do homem há-de
vir
na glória de seu Pai,
com os seus anjos,
e então dará a cada um
segundo as suas obras.
Mateus não vê o inminente “julgamneto segundo a conduta” como uma ameaça
e motivo de temor. Aquele que virá é O que já está entre nós, O que nos ensina,
nos precede na paixão e ressurreição, nos felicita, e, se falhamos, nos convida
a voltar ao nosso posto de discípulos.
A sua vinda supõe consolo, confiança e paz, porque o Filho do homem esperado não é outro senão Jesus, que nos conhece, nos alivia, nos compreende, nos consola, percorre connosco o caminho e nos ama mais do que possamos imaginar.
A sua vinda supõe consolo, confiança e paz, porque o Filho do homem esperado não é outro senão Jesus, que nos conhece, nos alivia, nos compreende, nos consola, percorre connosco o caminho e nos ama mais do que possamos imaginar.
O importante não é saber
“quando" e "como" sucederão estas coisas do final. O que ocorrerá no final do mundo, ou no
momento da nossa morte, já nos está a acontecer dia a dia.
Gastar
a vida
Tu, Senhor, disseste:
“Quem quiser ganhar a sua vida, perdê-la-á;
e quem a perder por minha causa, ganhá-la-á”.
e quem a perder por minha causa, ganhá-la-á”.
Perder a vida é trabalhar pelos outros,
mesmo que não nos paguem;
fazer um favor a quem nada pode dar-nos em troca;
perder a vida é arriscar-se inclusive ao inevitável fracasso, sem falsas prudências;
é decidir-se irreversivelmente no bem do próximo.
fazer um favor a quem nada pode dar-nos em troca;
perder a vida é arriscar-se inclusive ao inevitável fracasso, sem falsas prudências;
é decidir-se irreversivelmente no bem do próximo.
Perder a vida não é algo que se faça com gestos
Extravagantes e falsa teatralidade.
A vida entrega-se simplesmente, sem publicidade,
como a água da fonte,
como a mãe que da o peito a seu filho,
como o suor humilde do semeador.
como a água da fonte,
como a mãe que da o peito a seu filho,
como o suor humilde do semeador.
Ensina-nos, Senhor, a nos lançarmos ao impossível,
porque atrás do impossível estão a tua graça e a tua presença
e não podemos cair no vazio. Amén
porque atrás do impossível estão a tua graça e a tua presença
e não podemos cair no vazio. Amén
Luis Espinal
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