Ascensão: Jesus está conosco todos os dias até ao fim do mundo. Uma linda reflexão.

O Evangelho segundo São Marcos (Mc 16, 15-20), nos últimos versículos, narra  que Jesus Ressuscitado apareceu aos seus discípulos e,  depois de conversar com eles, confiou-lhes a missão de anunciar o Evangelho a toda criatura. O evangelista Marcos acrescenta, em seguida,  que Jesus, então, “subiu ao céu, e está sentado à direita de Deus”.  Mas, ao mesmo tempo,  continua “confirmando” a palavra anunciada pelos discípulos.

Desde aquele momento, a Igreja de Jesus Cristo e cada cristão, em todos os tempos, são enviados ao mundo em missão.

Trago  aqui mais um comentário da M. Asun Gutiérrez.  Para quem quiser aprofundar a reflexão sobre esse texto maravilhoso, interiorizando a mensagem, aqui tem uma boa oportunidade. Não deixe de ler.

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[Os interessados pedem ler esse texto em PPS, acessando o site das Monjas Beneditinas de Montesserrat:    

http://www.benedictinescat.com/montserrat/indexceramport.html,  abrindo o link  Domingo da Ascensão  -  Reflexão do Evangelho.Trabalho muito bonito!]

Marcos 16, 15-20

Por fim,  Jesus apareceu aos Onze sentados à mesa. Repreendeu-lhes a incredulidade  e esclerose de coração, porquanto não tinham acreditado nos que o tinham visto ressuscitado dos mortos. E lhes disse: “Ide por todo o mundo e pregai  o Evangelho a toda a criatura.
Quem crer  e for batizado,  será salvo;  mas quem não crer,  será condenado.

Os sinais que acompanharão os que crerem  são estes: em meu nome  expulsarão  demônios, falarão  línguas novas,   pegarem  serpentes  e, se  beberem veneno, não lhes fará mal; imporão as mãos  sobre os  enfermos, e estes recobrarão a saúde.

E assim o Senhor Jesus, depois de ter falado com eles, foi elevado ao céu e está sentado  à direita de Deus. Os discípulos  partiram e pregaram  por toda  parte. O Senhor cooperava e lhes  confirmava a palavra com os sinais que se seguiam.

Comentário

Quem se inclina para os outros

A Ascensão de Jesus não é um afastamento ou uma despedida, mas o começo de um novo modo da presença de Jesus. Ele é um amor que nunca se retira.

A sua ausência física abre um tempo novo: o tempo do testemunho.

A mensagem de Jesus é universal e destina-se à humanidade inteira. Já não há um só povo escolhido, mas é toda a humanidade a escolhida e destinada a experimentar a salvação de Deus. O evangelista descreve os sinais que naquela época e cultura eram sinais palpáveis da presença divina.

Hoje, da mesma maneira que naquele tempo, o anúncio da boa notícia tem de ir acompanhado de sinais de vida e de libertação. Somos enviados a anunciar a Boa Notícia, não a ser profetas de calamidades.  Praticando a arte de acolher, de acariciar, de curar, de amparar. Porque ternura, libertação e abrigo era o que as pessoas sentiam quando se  aproximavam de Jesus. O mesmo esperam encontrar hoje nos seguidores de Jesus.

Jesus continua a transtornar a escala de valores do mundo. 

Sobe Jesus, e com Ele sobe a condição humana.

Sobe Jesus, e sobe a nossa esperança num mundo melhor, mais humano.

Sobe Jesus, e sobe o nosso espírito de serviço, o altruísmo, a solidariedade...

Sobe Jesus, e baixam o egoísmo, a prepotência, a indiferença,  a ambição, a exploração.

Como Jesus, tenhamos os olhos sempre levantados para o céu, pisando forte a terra e carregando nos ombros a tarefa que nos deixou:  a construção do Reino, que é promessa... e realidade gozosa.

O evangelista utiliza uma imagem gráfica. Jesus Ressuscitado não ocupa um lugar físico nem se encontra em nenhuma das dimensões que conhecemos.

O importante é que Jesus continua a viver a própria vida do Pai, o que é para nós motivo de alegria e de esperança.

O que é realidade para Jesus, é realidade para nós, que também somos chamados a ir para o céu, com Ele, junto do Pai.

Com que atitude e com que sentimento espero esse momento: com angústia, com certa incredulidade, com alegria, com anseio..?

Jesus deixa-nos a missão de mostrar, com as nossas palavras e a nossa vida, o modelo que nos deixou: a sua humanidade profunda, a sua personalidade sensível, o seu olhar misericordioso, a sua capacidade de servir com liberdade e solidariedade e a coerência que tem de existir entre o que se anuncia e o que se pratica. É a missão de todos os seus seguidores, sem excepção, tornar presente a sua presença no mundo, comunicar a Boa Notícia, ser Boa Notícia.

Jesus continua a cooperar conosco:  “sabei que eu estou convosco todos os dias até ao fim do mundo” (última frase do evangelho de Mateus).

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Fazei irmãos

Fazei meus discípulos, não mestres;

fazei pessoas, não escravos;

fazei caminhantes, não gente assentada, fazei servidores, não chefes. Fazei irmãos.

Fazei buscadores da verdade, não donos de certezas,

fazei poetas, não pragmáticos.

Fazei pessoas arriscadas, não espectadores. Fazei irmãos.

Fazei profetas, não cortesãos,

fazei gente inquieta, não satisfeita;

fazei pessoas livres, não legalistas;

fazei gente evangélica, não agoireira.  Fazei irmãos.

Fazei artistas, não soldados,

fazei testemunhas, não inquisidores.

Fazei amigos de caminhada. Fazei irmãos.

Fazei pessoas de encontro, com entranhas de ternura, com promessas

e esperanças, com presença e paciência, com missão e envio. Fazei irmãos.

Fazei meus discípulos; 

dai-lhes tudo o que vos dei e senti-vos irmãos.

                                                     Ulibarri Fl. 

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