Temas diversos. Observar, pensar, sentir, fazer crítica construtiva e refletir sobre tudo que o mundo e a própria vida nos traz - é o meu propósito. Um pequeno espaço para uma visão subjetiva, talvez impregnada de utopia, mas, certamente, repleta de perguntas, questionamentos, dúvidas e buscas, que norteiam a vida de muitas pessoas nos dias de hoje.

As perguntas sobre a existência e a vida humana, sobre a fé, a Bíblia, a religião, a Igreja (sobretudo a Igreja Católica) e sobre a sociedade em que vivemos – me ajudam a buscar uma compreensão melhor desses assuntos, com a qual eu me identifico. Nessa busca, encontrando as melhores interpretações, análises e colocações – faço questão para compartilhá-las com os visitantes desta página.

Dedico este Blog de modo especial a todos os adolescentes e jovens cuja vida está cheia de indagações.
"Navegar em mar aberto, vivendo em graça ou não, inteiramente no poder de Deus..." (Soren Kierkegaard)

sábado, 26 de maio de 2012

“Quer dizer que já adoras Maria, não, Scott?”


Para completar as reflexões sobre a devoção à Maria no catolicismo, apresentadas nas últimas seis postagens do blog Indagações, considero interessante trazer agora, para este espaço, dois depoimentos emocionantes sobre Maria, Mãe de Jesus. São textos tirados do livro de Scott e Kimberly Hahn: “Todos os caminhos vão dar a Roma”.

Os autores do livro são pastores presbiterianos norte-americanos, que contam sobre a sua conversão ao catolicismo. Eles estudaram a fundo as questões duvidosas  e todos os argumentos  que os seguravam longe da Igreja Católica. O marido se converteu em primeiro lugar. A sua esposa ficou muito desolada, mas, depois de algum tempo, ela também abraçou a fé católica. É um livro muito interessante.

Nesta postagem – o testemunho do Scott Hahn.  (O depoimento da Kimberly Hahn será apresentado na postagem seguinte.)
Não deixe  de ler.
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[Para aproveitar melhor as explicações, é aconselhável  ler desde o início todas as postagens sobre este assunto (começo no dia 17 de maio de 2012: Sobre culto à Nossa Senhora e aos Santos na religião Católica).]

 

 

Scott Hahn:

(...)  Alguém me mandou um terço de plástico. Ao ver aquelas contas senti que me enfrentava com o obstáculo mais forte de todos: Maria (os católicos não fazem a menor ideia como é duro para os cristãos bíblicos aceitarem as doutrinas  e devoções marianas).  Mas eram já tantas as doutrinas da Igreja Católica que se tinham mostrado solidamente baseadas na Bíblia, que decidi dar um passo de fé neste  ponto.

Fechei-me no escritório e rezei silenciosamente:  “Senhor, a Igreja Católica demonstrou estar na verdade em noventa e nove por cento dos casos. O único grande obstáculo que ainda subsiste é Maria. Peço-te perdão de antemão se o que vou fazer te ofende...
Maria, se é apenas metade do que a Igreja Católica diz que és, por favor, apresenta a minha petição – que me parece impossível – ao senhor mediante esta oração”.

Rezei então pela primeira vez o terço. Voltei a rezá-lo muitas outras vezes pela mesma intenção ao longo da semana seguinte, mas depois esqueci-me do assunto.

Três meses mais tarde dei-me conta de que desde o dia em que tinha começado a rezar o terço aquela situação aparentemente impossível se tinha alterado completamente. A minha petição tinha sido ouvida! Senti-me muito envergonhado pelo meu esquecimento e ingratidão. Nesse momento agradeci a Deus a Sua misericórdia e voltei a pegar no terço, que não deixei de rezar desde esse dia.

É uma oração poderosa, uma arma incrível, que ressalta o escândalo da Encarnação: o Senhor elegeu uma humilde virgem camponesa e elevou-a a ser aquela que daria a natureza humana sem pecado à Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, para que pudesse tornar-se nosso Salvador.

Pouco depois recebi um telefonema de um velho amigo da Universidade. Tinha ouvido dizer que eu andava a coquetear com a “rameira da Babilônia” (assim tratam a Igreja Católica), como ele próprio disse. Não poupou palavras.
-  O que quer dizer que já adoras Maria, não, Scott?
- Ouve, Chris, tu sabes muito bem que os católicos não adoram Maria; veneram-na simplesmente.
-  E qual é a diferença, Scott? Nenhuma das duas coisas tem base bíblica.
Não sabia o que dizer. De terço na mão, invoquei Maria para que me ajudasse. Revigorado,  respondi-lhe:
-  Olha que podes apanhar uma surpresa.
-  Ah, sim? Por que?

Comecei a dizer a primeira coisa que me veio à cabeça:
-  Realmente, é muito simples, Chris. Simplesmente recorda dois princípios bíblicos básicos. Primeiro: sabes que, como homem, Jesus Cristo cumpriu na perfeição a lei de Deus, incluindo o mandamento de honrar pai e mãe. A palavra hebraica para honrar, kabodah, significa literalmente “glorificar”. Ou seja, que Cristo não só honrou o Seu Pai celeste, como também honrou perfeitamente a Sua mãe terrena, Maria, outorgando-lhe a Sua própria glória divina.
O segundo  princípio é ainda mais simples: a imitação de Cristo. Imitamos Cristo não só honrando as nossas próprias mães, como também honrando aqueles que Ele honra, e com o mesmo tipo de honra que Ele lhes outorga.

Seguiu-se uma longa pausa antes que Chris dissesse:
-  Nunca tinha ouvido as  coisas apresentadas desse modo.
Para ser franco, eu também não.
- Chris, isto é apenas um resumo do que os Papas têm dito ao longo dos séculos sobre a devoção a Maria.
O Chris voltou ao ataque:
- Uma coisa são os Papas, mas onde é que isso aparece na Escritura?
Respondi instintivamente.
- Chris, Lucas 1, 48 diz: “De agora em diante, todas as gerações me chamarão bem aventurada”. É isso que faz o terço, cumprir a Escritura.
Seguiu-se outra longa pausa, antes do Chris mudar rapidamente do tema.

A partir de então senti que a recitação do terço me ajudava a  aprofundar na minha própria compreensão da Bíblia. A chave era, obviamente, a  meditação dos quinze mistérios; mas também me dei conta de que a própria oração confere uma certa perspicácia teológica para considerar todos os mistérios da nossa fé de acordo algo que ultrapassa muito – mas não se opõe – a capacidade racional do intelecto: o que alguns teólogos designaram como “a lógica do amor”.

Descobri pela primeira vez essa “lógica do amor” ao contemplar a Sagrada Família de Nazaré,  modelo de qualquer lar. A Sagrada Família, por sua vez, apontava para a Aliança, e, em última instância, para a própria vida íntima de Deus como eterna Sagrada Família: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Esta belíssima e convincente visão começou a encher o meu coração e a minha mente; mas não estava ainda muito seguro de poder identificar a Igreja Católica com a expressão terrena da família da Aliança de Deus. Para chegar até lá precisava de bastante mais oração e estudo. (...)¹

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¹ HAHN Scott e Kimberly. Todos os cominhos vão dar a Roma. Lisboa 2006, Ed. Diel, 6ª ed. p. 88 -91.

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3 comentários:

  1. Acabei de ler este livro, é maravilhoso, indico a todos.

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    1. Ele é muito prolixo. ...defende o seu próprio pensamento. ...esquece de citações bíblicas importantes. ..e faz vista grossa para outras questões católicas que não estão na bíblia. ....muito ruim mesmo.

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